sábado, 8 de agosto de 2009

Filmes: O Sorriso de Mpnalisa e Entre os Muros da Escola

“O SORRISO DE MONALISA”


O filme, “O sorriso de Monalisa”, retrata as dificuldades encontradas por todos aqueles que se opõem as regras já estabelecidas.
A professora do filme foi lecionar em um colégio tradicional e conservador, onde as meninas internas preparavam-se somente para o casamento, numa época em que tudo era padronizado, respondendo ao ideal social dos anos 50, pós-guerra. Neste colégio o que prevalecia era a preparação para ser mãe e excelente esposa. Vemos uma professora que busca e favorece a mudança na concepção pedagógica desenvolvida nesse colégio. Com atitudes inovadoras, a professora proporciona a suas alunas à construção do seu conhecimento artístico, provocando transformações desse conhecimento.
Ao tentar dar sua primeira aula, a professora, deparou-se com uma turma que só decorava o que estava na apostila da escola, apenas “viam” a obra de arte. Com as mudanças desafiadoras da professora, as alunas passaram a analisar as obras de arte e retratarem-nas a suas vidas, a imagem de suas vidas, usando-se de emoção e sensibilidade, através de uma aprendizagem significativa, com capacidade de fazer releitura de obras de arte. Aprendem que a apreciação de uma obra de arte não é a mesma coisa que gosto. O gosto é individual, é de cada pessoa e que todo o tipo de arte pode ser apreciado.
A intenção da professora era conseguir fazer a ligação da vida das alunas com as imagens. Era preciso saber analisar, não adiantava somente saber tudo o que estava escrito sobre as obras de arte.
Ao assistir o filme, percebemos que os padrões que estão envolvidos na apreciação das obras de Leonardo da Vinci e Jackson Pollock são de tempos diferentes. As obras de Leonardo da Vinci são figurativas, quase fotográfica, carregadas de um estudo matemático, tem organização triangular ... Temos que levar em conta a época. A análise das obras dos dois artistas é diferente: uma tem símbolos, conhecimentos(cristão, por exemplo) e é preciso um conhecimento de cultura(no caso, de Leonardo da Vinci), a outra(Jackson Pollock), não é preciso conhecimento de cultura, contexto da época que o artista viveu , saber o porque da época (ele tirou a tela do cavalete e jogou tinta na tela).
O filme ''O Sorriso de Monalisa'' leva-nos a uma reflexão crítica sobre o nosso ''ser professor'' no contexto atual. Nos proporciona uma reflexão sobre o nosso papel no processo ensino aprendizagem. Com o filme, nos conscientizamos que devemos promover e problematizar a discussão entre e com os alunos, levando-os a refletir sobre os conteúdos estudados. Relacionar os conteúdos com a vida dos alunos, partindo dos seus interesses e necessidades, torna-nos um professor do contexto atual com aulas atraentes e desafiadoras.



“ENTRE OS MUROS DA ESCOLA”



O filme “Entre os muros da escola”, faz uma abordagem diferente da estrutura de “filmes de professor” até então usada. Está focado nas múltiplas culturas e relações entre as pessoas.
Retrata uma sala de aula composta de alunos de etnias, classes sociais e gostos diferentes e como eles e o professor, que é visto como autoridade, se relacionam. No primeiro dia de aula os alunos são apresentados com rótulos pré estabelecidos para os professores novos na escola.
O professor François tenta ser um pouco mais que apenas o mestre, provocando uma cumplicidade e respeito dos alunos ao se aproximar deles e propor a tarefa do autorretrato. Tenta romper as barreiras que distanciam o professor dos alunos e se dá conta que tem como conseqüência conflitos e desentendimentos, mostrando-nos que o relacionamento em sala de aula é complicado.
Através do autorretrato, François demonstra que é importante trazer para a sala de aula o como é a vida daqueles adolescentes e como suas experiências implicam na aprendizagem. Seus alunos no entanto, parecem ter auto estima baixa. François procura usar métodos de aprendizagem que estimule o conhecimento do aluno e não apenas dar ou tirar pontos, passar lição.
Percebemos que as dificuldades encontradas na educação vão além dos mares e oceanos.
A realidade de nossas escolas brasileiras muito se parecem com o filme no sentido da clientela também apresentar certa heterogeneidade, famílias desestruturadas, onde os alunos não tem mais limites, com poucos valores, demonstrando desinteresse e desmotivação. Na verdade, ainda temos muitos e muitos professores que não procuram fazer como François, aproximar-se dos alunos e contextualizar suas aulas para serem atraentes e significativas.
O filme não nos trás uma moral pronta e não nos é oferecido conclusões imediatas. Mas, proporciona a nós professores, pais, alunos e instituição, uma reflexão para juntos pensarmos sobre a diversidade e como lidar com ela no nosso dia-a-dia de educador, no mundo da tecnologia, procurando encontrar um caminho que possa resgatar à escola o sentido esperado por todos nós: uma escola aberta, desafiadora, contextualizada, que proporciona a humanização, o despertar para o conhecimento, para o questionamento ... enfim uma escola boa para todos.